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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

She-Ra e as Princesas do Poder e O Formato Netflix

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AVISO – Antes de começar a ler esse texto fique sabendo que ele está cheio de detalhes que podem ser considerados spoilers . Então, se você ainda não assistiu à quarta temporada de She-Ra, pode ser que eu estrague algumas surpresas. Se você, assim como eu, vem acompanhando o novo desenho da She-Ra,  She-Ra e as Princesas do Poder (She-Ra and The Princesses of Power, 2018 -), que a Netflix vem exibindo, certamente começou a ver a quarta temporada com o hype lá em cima… E, assim como eu, se decepcionou cabalmente. Mas vamos por partes! Longe de mim, pobre mortal, atacar essa animação que é “perfeita-sem-defeitos” desde que esteou com a polêmica – idiota, diga-se – sobre os seios da protagonista. She-Ra e as Princesas do Poder mostra um trabalho belíssimo de sensibilidade, responsabilidade e representatividade. Faz isso como poucos! As personagens são cativantes e o coadjuvante masculino de maior destaque é o retrato perfeito de um jovem que não sofre com a famigerada “ masculini...

I Am Not Okay with This - O tempo é precioso

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Pode-se dizer que eu sou uma grande defensora da Netflix . Principalmente quando alguém questiona a qualidade das séries originais do serviço de streaming. Claro que nem todas são realmente boas. Mas, acredito que quando se coloca na balança, muitos projetos conseguem se sobressair sim, como Stranger Things (2016 -) e Sex Education (2019 -) por exemplo, mesmo aqueles que são cancelados por falta de audiência, como é o caso de Everythings Sucks! (2018) Mas, não é porque eu defendo que eu também não reconheço os erros e os defeitos, o modelo mais comum de lançamento da Netflix, meio fastfood – sem muita substância, feito para ser devorado rápido, as famosas maratonas – acabam prejudicando muito suas séries, que desperdiçam plots interessantes e personagens que poderiam deixar marcas muito maiores na cultura pop como um todo, isso aconteceu com Trinkets (2019 -) e Daybreak (2019) e, de certo modo, também é um dos motivos pelo qual I Am Not Okay with This (2020 -), série ...

Altered Carbon: 1ª Temporada - Tentando evitar o inevitável

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Hoje estreia da nova temporada de Altered Carbon (2018 -) na Netflix , se você tá querendo assistir mas não viu a 1ª temporada ou se viu e tá com a memória fraca, fica ligado nesse flashback (sem spoilers). Bem, pra quem não viu, essa série é inspirada no romance homônimo de Richard K. Morgan , adaptada para TV por Laeta Kalogridis , ela tem como pano de fundo um futuro distópico e narra a história de Takeshi Kovacs vivido por Joel Kinnaman , o Rick Flag de Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016), acordando depois de 250 anos na “geladeira”, em um mundo onde, graças aos avanços tecnológicos, as pessoas se tornaram imortais, ou assim elas acham. A tal revolução tecnológica por trás desse “milagre” é a reencapação , sua “consciência” é digitalizada e transferida para um cartucho que fica alojado na base da sua nuca. Assim, quando seu corpo “original” morre, você pode ser reinserido em um novo corpo, pode ser de outro sexo, outra idade e por aí vai. A sociedade evoluiu, mas não houve...

O Homem Invisível - Mirou no suspense e acertou na crítica social

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“Onde quer que você vá, eu encontrarei você, irei até você e você não conseguirá me ver. Eu farei da sua vida um inferno!” . Todos nós conhecemos uma mulher que já ouviu esse tipo de ameaça de um ex-namorado (ou de um namorado que não queria se tornar ex). Em O Homem Invisível (The Invisible Man, 2020), filme de Leigh Whannell , nós acompanhamos a história de Cecilia Kass ( Elisabeth Moss ), uma mulher que viveu anos em uma relação abusiva, a ponto de se ver obrigada a fugir no meio da noite e tentar viver escondida na casa de um amigo policial. Os traumas que a acompanham são tamanhos que a protagonista mal consegue pôr os pés fora de casa e entra novamente, aflita, ao menor sinal de um homem fazendo exercício na calçada. A trama tem foco centrado nesse tipo de relação e nas sequelas que pode deixar. Misturado a isso temos uma ótima dose de tensão nos primeiros dois atos do filme. O sci-fi de horror, situado em futuro próximo, nos apresenta um vilão de cinema   que, dadas as devida...

Locke & Key - Fantasia o próprio ego

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Há até quem diga que se tentou uma, duas, três vezes é melhor considerar o sinal dos céus de que a coisa não vai dar certo no final. Escrita por Joe Hill e desenhada por Gabriel Rodriguez , lançada em 2008 a HQ Locke & Key já passou pela possibilidade de ir para as telonas em 2014, na segunda vez, com produção de Steven Spielberg , ganhou um piloto em parceria da Dreamworks e K/O Paper Products , prevista para ser exibida pela Fox, que mais tarde desistiria. Passando o cajado para o Hulu , tendo Andy Muschietti , de It: A Coisa (It, 2017),  no cargo de direção do piloto, mais uma vez o projeto não deu certo. Só em 2018, quando a Netflix adquiriu os direitos, que de fato a realização começou a engrenar. De tanto a bola rolar, o que tivemos aqui foi uma empreitada que acreditou demais no material que tem, sem entregar nada além da fantasia do próprio ego. Olhando no primeiro momento, o arco inicial da série parece um típico terror americano ao abrir com uma cena que incita o mis...

Girls in the House - Abrindo a porta e se divertindo

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A websérie brasileira Girls in the House  começou a ser exibida no YouTube em 2014, foi criada por Raony Philips e acompanha o cotidiano de três amigas, Duny, Alex e Honey, e seu trabalho na Pensão da Tia Ruiva. Na época de seu lançamento, a série foi muito bem recebida na internet e gerou muitos memes e vídeos de humor, em especial a série teve um grande destaque na personalidade da personagem Duny de temperamento explosivo. Em quatro temporadas a série tomou vários rumos muito inesperados, ainda sendo capaz de criar uma bela atmosfera de comédia situacional com direito a múltiplas quebras da quarta parede. Uma das várias fontes de comédia da série vem do fator de que o criador e roteirista da série, Rao, é o dublador de todos os personagens presentes. Girls in the House é uma machinima criada através do jogo eletrônico The Sims , adicionando ainda mais à fonte de humor da série.  Ao longo de vários anos, os enredos da série mudaram muito a direção das coisas e tomaram proporções c...

Mythic Quest: Raven's Banquet - It's always sunny in... video games?

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Sempre que videogames ou jogadores (agora, como gamers) são exibidos na televisão, não é uma boa aparência. Geralmente, ambos são tratados como desperdícios de tempo, nerds dedos de salsicha, “bros” e perdedores que estouram espinhas em porões. Nem tudo isso deixa de ser verdade, mas é uma preocupante imagem para indústria que é tida como uma das mais rentáveis ​​em entretenimento no mundo. Muitas vezes, chega ser “A” mais rentável. Mas em Mythic Quest: Raven’s Banquet (2020 -) , a nova comédia da Apple TV+ , junto com a Ubisoft , e criada por Rob McElhenney da aclamada, mas obscura, It’s Always Sunny in… Philadelphia (2005 -) , a indústria e sua comunidade finalmente ganham o respeito que merece. Ou seja, é meio que ridicularizado, mas que parece propício. A comédia se passa no escritório dos desenvolvedores do popular (e fictício) jogo de RPG online multiplayer (MMORPG) Mythic Quest (pense no World of Warcraft) na véspera estressante do lançamento do primeiro pacote de expan...

Para Todos os Garotos: P.S Ainda Te Amo - Insosso demais para ser verdade

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Há quase dois anos, especificamente em 11 de abril de 2018, a Netflix começou uma onda com comédias românticas que deu super certo com o público. Em agosto foi a vez da adaptação de Para Todos os Garotos que Já Amei (To All Boys I’ve Loved Before) dar as caras. O sucesso foi de imediato por se tratar de um apelo teen , mas como filme, foi um mix de clichês que não conseguiram engrenar. Nessa sequência, a coisa só piora ao comprovar sua monotonia. Dando continuidade a trilogia escrita por Jenny Han, Para Todos os Garotos: P.S Ainda Te Amo (To All the Boys: P.S I Still Love You, 2020) traz Lara Jean (Lana Condor) empolgada por viver pela primeira vez o amor além das cartas que escreveu sobre suas paixões, ao lado de Peter (Noah Centineo). Em meio a essa descoberta, ela não contava que um dos destinatários corresponderia aos mesmos sentimentos que descreve. E agora, Lara Jean? E agora que isso fica só na promessa mesmo, pois, se em outro momento To All Boys mostrou carisma ainda que co...

Sonic: O Filme - Simples e divertido

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Eu nunca fui muito fã da franquia de jogos Sonic . Quando criança, lá no final da década de 80 e início de 90, todos os videogames que passavam por mim eram da Nintendo. Claro que conhecia o ouriço azul, tanto pelas revistas da época como por frequentar ambientes de locadora de jogos. Mesmo com essa falha em minha vida de jogador de videogames, não deixei de me emocionar logo nos créditos iniciais de Sonic: O Filme (Sonic the Hedgehog, 2020). A partir daquele momento, eu sabia que o que eu estava prestes a ver já teria um lugar no meu coração e faria eu ter vontade de jogar todos os jogos clássicos do ícone da SEGA . Particularmente, curto filmes que têm a premissa simples. Que sabe a história que quer contar e que não se arrasta por ela. Não cria diversos subterfúgios para a narrativa com o intuito de deixá-la mais robusta, disfarçando um roteiro preguiçoso (alô Dolittle ?). Não estou dizendo que o roteiro do filme do Sonic é perfeito. Longe disso, há sim acomodações narrativas e rep...