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Antiviral - Até onde pode ir a idolatria?

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Escrito e dirigido por Brandon Cronenberg – filho do aclamado diretor David Cronenberg –, Antiviral (2012) é um longa-metragem de terror e ficção científica que, apesar de ter competido no Festival de Cannes de 2012, acabou passando despercebido por muitos fãs de cinema de horror daquele ano. O filme, que é uma parceria entre Canadá e França, dividiu opiniões do público e da crítica, mas ainda assim levou o prêmio de Melhor Longa-Metragem de Estreia Canadense no Festival Internacional de Cinema de Toronto , também em 2012.  A trama distópica de Antiviral acompanha Syd March (Caleb Landry Jones), um jovem funcionário de uma clínica que ganha dinheiro comprando vírus e outros tipos de patógenos de celebridades quando estas adoecem, e “revendendo-os”, de modo a aplicá-los em fãs desesperados para se sentirem mais próximos de seus ídolos. Syd, a fim de conseguir uma renda extra, injeta alguns desses patógenos em si e os vende no mercado clandestino da indústria da carne de celebridades...

Rodson ou (Onde O Sol Não Tem Dó) - Uma fritada distópica

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O ano é 3000. Rodson encontra no lixo um deteriorado robô, o adotando pelo nome de Caleb. Fugindo da repressão dos pais, a dupla segue estrada onde transforma as cidades de Fortaleza e Pacajus numa louca e psicodélica realidade. Inspirado num fanzine de nome “Onde O Sol do Icó Não Tem Dó” , o filme cearense abraça, desde os seus créditos iniciais, um conceito retrô-futurista, informando que, com o avanço dos anos, muitas coisas não progrediram. Para isso, ele toma emprestado uma série de estéticas como anos 90-2000 com aquelas cores, distorções, fontes do Word Art, com a sensação de que por onde a história discorre os parafusos da loucura vão caindo pelo caminho. Rodson e Caleb cumprem as funções de uma boa paródia: satirizar os filmes estadunidenses de ficção científica que exaltam a robótica como também critica as formas como as sociedades atuais encaram a saúde mental, as relações homoafetivas, os artistas, o capitalismo entre outros. Sempre apostando no tosco e brutesco. Sua câmera...

RESENHA | Scythe Vol. 1: O Ceifador, de Neal Shusterman - “Primeiro mandamento: Matarás.”

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Em um futuro utópico, a humanidade consegue atingir o equilíbrio. A nuvem de informações adquiriu consciência anos atrás e, ao contrário do temor geral de que os computadores iam acabar com a humanidade, essa consciência salvou o meio-ambiente e agora comanda, com imparcialidade e perfeição, o mundo todo. As fronteiras foram transformadas, as prisões desativadas. Não existe fome, não existe pobreza, não existe doença… E também não existe morte. Por meio das inovações tecnológicas, os humanos não morrem de velhice; as pessoas passam por restauração e voltam a ter a aparência de um jovem adulto. Acidentes de trânsito, desastres naturais, quedas de aviões, nada disso existe mais. E, se acontecer qualquer uma dessas coisas, as pessoas são revividas. Mas deve existir algum tipo de controle populacional, o planeta não aguentaria o crescimento desenfreado, e a consciência artificial também não deixaria que isso acontecesse. Sendo a única instituição independente de governo nesse mundo, a...

Acquaria - Um grande e desequilibrado passo para o Cinema Brasileiro

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  Acquaria (2003) é uma das poucas e corajosas tentativas de se fazer filmes de aventura e fantasia no Brasil, pelo menos de uma forma mais séria. Podemos dizer que foi o mais perto que nós chegamos de descentralizar o gênero da comédia e pensar em outras formas de fazer filmes com universos de gêneros que estavam em alta naquela época: a fantasia e a ficção científica. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o filme Acquaria , chegava às telonas, exatamente, no dia 12 de dezembro de 2003, com a bilheteria de 893.695 espectadores. Seu orçamento girou em torno de 10 milhões de reais, um recorde para um filme brasileiro até aquela época, em que filmes como Matrix, Senhor dos Anéis, Harry Potter e outros sucessos fantásticos estavam ganhando espaço no coração do grande público. Entretanto, apesar de parecerem bons números, a bilheteria não atingiu a quantidade esperada. A crítica não foi convencida simplesmente pelo grande orçamento, pela presença de um bom elenco ou pelo tra...