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Sertânia - Aproveita o farelo e não desperdiça o fubá

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Sou suspeito em falar sobre um filme que abraça o sertão arcaico e seus signos. Falo “sertão”, não somente como uma sub-região do meu querido Nordeste, mas também tudo que ela guarda, luta, encanta, sofre, cura, significa e ressignifica até os dias atuais. Necessito previamente adjetivar o que Sertânia (2018), de Geraldo Sarno é: banditismo e fanatismo aos moldes estudados de Ruy Facó. Um banditismo mais aparente na figura de uma das seis personas nordestinas que permeia o ciclo do gado, o cangaceiro. Mas um Cangaço que remete os tempos (sem ser, pois seu recorte é arcaico, mas atemporal) de Jesuíno Brilhante, de vestes opacas fazendo jus ao preto e branco glauberiano que antecede ao colorido e bordado de Lampião e Corisco. Um coronelismo em mutualismo com esse Cangaço. Um fanatismo discreto no filme, mas exuberante, do sebastianismo para mostrar que o arraial de Canudos ainda continua vivo dentro da promessa do retorno de seu El Rei. A fé consolável sertaneja, que oscila entre as pr...