Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Amazon Prime Video

Bar Doce Lar - Por que deveríamos conhecer a vida de J.R. Moehringer?

Imagem
O novo longa dirigido por George Clooney , que estreou recentemente na Amazon Prime Video , baseia-se na autobiografia de J.R. Moehringer , escritor e jornalista, vencedor de um Prêmio Pulitzer em 2000 por uma reportagem sobre uma comunidade rural ocupada por descendentes de escravos no Alabama. O filme conta sobre sua vida, desde a infância, quando muda-se com sua mãe para a casa de seus avós maternos, onde vivem uma tia com alguns filhos e ainda seu tio Charlie (Ben Affleck), por quem nutria enorme admiração e foi a figura em quem projetou vários de seus valores e aprendizados, já que o pai, um apresentador de programas de rádio, se ausenta quase que completamente da vida do garoto. O bar do título é o Dickens, gerenciado por Charlie desde sempre e local de encontro de vários amigos que nunca são bem apresentados. Aliás, praticamente nenhum personagem no filme tem uma apresentação formal, o roteiro de William Monahan vai apenas nos obrigando a aceitar e a entender pouco a pouco cad...

#46 - Falando Série, veja Mozart in the Jungle

Imagem
Uma jovem oboísta se apaixona por um excêntrico maestro apaixonado por música clássica. No Falando Série dessa semana Elvio Franklin tenta convencer Karla Lima a assistir Mozart in the Jungle (2014 – 2018), série da Amazon Prime Video , criada por Roman Coppola , Jason Schwartzman e Alex Timbers . || ASSINE O FALANDO SÉRIE Spotify:  Siga o Falando Série Google Podcasts:  Inscreva-se para receber o feed!  iTunes :  Usa os produtos da Apple? Ouça por aqui Pocket Casts :  ouça no melhor agregador de podcasts! Problemas em encontrar o podcast?  Copie o FEED e cole no seu agregador preferido Siga nas redes sociais:   Instagram  e  Twitter

Manhãs de Setembro - O afeto no não afeto

Imagem
Com uma protagonista de voz incrível e talento para atuação surpreendente, Manhãs de Setembro (2021 -) estreou recentemente na Amazon Prime Video . A história do seriado conta sobre a motogirl Cassandra (Liniker), que acabou de conquistar finalmente seu próprio lugar e descobre sobre a existência de um filho de um caso seu pré transição.  Bem, primeiramente vamos apresentar a nossa protagonista, interpretada por uma incrível cantora brasileira e também atriz, Liniker . Cassandra não é uma mulher muito afetuosa e carinhosa, ao longo da temporada temos fortes sinais sobre como sua vida sempre a fez uma pessoa severa e, de muitas formas, solitária. Muitas vezes quando nos trazem personagens trans sofrendo transfobia temos medo, dor, paralisia, mas não com Cassandra. Aqui temos uma mulher muito capaz de se defender de violências transfóbicas sofridas.  Ao longo da narrativa, a maior amiga e confidente de Cassandra é Vanuza , cantora da música do título da série. Somos acompanhados pela vo...

A série de "Senhor dos Anéis" e o descaso trabalhista

Imagem
No último dia 28 de junho, a atriz dublê Dayna Grant (Mad Max: Estrada da Fúria e Mulher-Maravilha) sofreu uma aneurisma e lesão no pescoço/coluna no set de filmagens da série de O Senhor dos Anéis . A dublê que substitui Charlize Theron nas cenas mais robustas precisará passar por uma cirurgia de urgência. Até o momento desse texto não tivemos maiores informações sobre seu estado de saúde. Deixo aqui meus votos de melhoras. Assim como deixo também meus votos de mudança de postura da Amazon Prime Video diante do ocorrido. Isso porque Dayna Grant – através de amigos e fãs sensibilizados – iniciaram um financiamento coletivo para custear a cirurgia estimada em 60 mil dólares. Isso mesmo: A Amazon Prime Video, até o momento, não custeou sequer a cirurgia de sua funcionária que sofreu um acidente de trabalho. Mas antes de falarmos do tamanho quantitativo dessa irresponsabilidade, vamos entender como funcionam as leis na Nova Zelândia (lugar das gravações da série) no que diz r...

Um Príncipe em Nova York 2 - Nostalgia em cima do muro

Imagem
Quebrei minhas próprias “regras” e fui assistir Um Príncipe em Nova York 2 (Coming 2 America, 2021) sem ter revisto antes seu antecessor, Um Príncipe em Nova York (Coming to America, 1988). A decisão foi baseada em dois fatos: primeiro, eu já havia visto o primeiro filme vezes o bastante – na saudosa Sessão da Tarde – para lembrar de qualquer referência que a continuação pudesse fazer; segundo, eu já havia visto o primeiro filme vezes o bastante para saber que envelhecera mal. Entretanto, a memória do quanto me diverti nas várias vezes que o vi foram o incentivo perfeito para me instigar a conferir uma continuação, 33 anos depois, e é basicamente a este público que este segundo filme serve. Na continuação, o até então Príncipe, Akeem (Eddie Murphy) torna-se rei da fictícia Zamunda, após a morte de seu pai, Rei Jaffe Joffer (James Earl Jones). Com três filhas mulheres, impedidas pela tradição de ocupar o trono, e impossibilitado de forçar sua primogênita a casa...

Borat: Fita de Cinema Seguinte - Tá difícil competir com a realidade

Imagem
  Em 2006 o mundo conheceu Sacha Baron Cohen. Aliás, o mundo conheceu Borat, o segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão, personagem criado por Sacha Baron Cohen para um dos filmes mais sacanas e irônicos que eu já assisti na vida. O filme é um falso-documentário (mocumentary) onde Borat (interpretado pelo próprio Sacha), um repórter extremamente incomum de um país com costumes, digamos, bem diferentes da maior parte do Ocidente, vai aos Estados Unidos para registrar a vida no – segundo ele – maior país do mundo. O filme é um festival de exageros engraçadíssimos e, muitas vezes, desconfortáveis, que ironiza de forma bastante inteligente a conservadora sociedade daquele país, alfinetando pontos sensíveis que vão desde hábitos culturais à política. Nada menos que 14 anos depois, Sacha decide retornar ao papel de Borat em uma nova empreitada pela “America”, descobrindo um país completamente diferente do que havia encontrado antes, com tiradas tão es...

A Todo Vapor! - Literatura nacional encontra steampunk estrangeiro

Imagem
Com o alto volume de séries através dos streamings, sempre é difícil escolher qual a melhor série do ano (mesmo com a vitória merecida de Watchmen no Emmy ). Mas é fácil indicar uma das piores séries do ano: A Todo Vapor! , lançado pela Prime Vídeo . Antes de tudo, vamos para a sinopse oficial: “Em 1908, num passado retrofuturista, os heróis Juca Pirama e Capitu Machado são chamados à vila antiga dos astrônomos, no interior de São Paulo, para investigar uma série de crimes insólitos. Um grupo de super-heróis inspirados nos clássicos da literatura brasileira! Você já imaginou?” Do jeito que está, não imaginei. Devo admitir que uns dois ou três atores no elenco são realmente bons, mesmo sendo prejudicados pelo roteiro e uma direção caótica. Tenho apreço por formatos variados de tempo de episódios. A Todo Vapor oscila entre 16 e 21 minutos. O figurino faz jus a temática “steampunk”, levando em conta a falta de orçamento para figurantes vestidos a caráter na insólita vila dos astrônomos. ...

Get Duked! - Um hilário coming of age com alucinógenos

Imagem
Tão bem como o terror, o coming of age é um gênero trabalhado de forma eclética no cinema e na TV. As diferentes abordagens surpreendem pela individualidade singela (ou incrivelmente triste) com que conseguem dialogar através de seu mote. Comparar os dois gêneros se torna ainda mais curioso pela facilidade com que são mesclados a outras categorias, assim como usar do terror para tratar o amadurecimento. Seja como for, dos muitos modos que o gênero se apresenta, a recente produção do Prime Video , Get Duked! (2019) chegou de forma hilária, envolta em absurdos e alucinógenos para falar desse pontapé à vida adulta. Apesar da divulgação não encontrar tanto alcance – e o design do catálogo pouco ajudar -, a Amazon Prime Video tem se destacado com seus lançamentos originais, iniciados em 2010. Se tratando de séries, o quadro de sucesso é nítido, mas com filmes, a coisa parece estar a passos lentos por ainda não liberar todos os lançamentos mundialmente. Mesmo assim, é possível encontra...

A Química que Há Entre Nós - Um conto melancólico sobre amadurecimento

Imagem
Você sabe o que é o amor? Não sabe, nem eu sei – ou sabemos? Falar disso causa aquela sensação de algo predestinado à todos, basta a mágica para fazer a coisa acontecer. É pensar que não é como se fosse uma escolha de querer ou não dirigir algum dia, e sim que há vaga reservada para tal experimentação. Em sua segunda aposta num longa-metragem, Richard Tanne vem com A Química que Há Entre Nós (Chemical Hearts, 2020) para falar de primeiros amores e segundas chances, ensaiando em um diálogo melancólico que poderia ir mais fundo. Aplicando-se no velho clichê de adolescentes sem nenhum grandiosíssimo caso vivido, temos Henry Page (Austin Abrams), atado em elementos essenciais que faz dele um jovem de 17 anos bem sucedido: bons amigos, lar e pais harmoniosos, e finalmente conseguiu o almejado cargo de escritor no jornal colegial, mas pera, falta se apaixonar, falta o amor… e chega Grace Town (Lili Reinhart), a excêntrica garota convidada a participar também do jornal, e ele log...

7500 - Turbulência passageira

Imagem
Parte do que nos encanta no cinema está atrelado às histórias. E além disso, a magia se faz mais forte quando a maneira que ela é contada se renova. Logo, aquela velha premissa genérica ganha uma camada atraente graças à visão partilhada pelo diretor. Assim, muitos filmes se tornam uma boa experiência por compor uma construção narrativa que se desafia a fazer diferente. No caso de 7500 (2019), é como uma turbulência passageira: a tensão não vai muito além do breve susto. Enquanto seguia uma rotina comum de Berlim para Paris, um avião é sequestrado por terroristas que tentam a todo custo invadir a cabine da aeronave. Fazendo, então, o piloto Tobias Ellis (Joseph Gordon-Levitt) apelar pros recursos possíveis a fim de negociar em nome da segurança dos passageiros. Dentro da ótica do que “pode ser feito, mas ainda não foi”, é tentador quando se trata de propor novas ideias. Junto a isso, o gênero do terror e suspense oferecem um espaço versátil de se explorar, graças a identifi...

Little Fires Everywhere - As rachaduras em nossas raízes

Imagem
Existe um lugar perfeito ou criamos nosso lugar perfeito? Ou talvez já estejamos tão acomodados que pensamos não ter nada a mudar? Se há um lugar idôneo pode muito bem ser Shaker Heights, Ohio, cidade tão bem bolada, nas casas, suas cores, a grama, que complementa a socialite Elena (Reese Witherspoon). Casada com Bill (Joshua Jackson), jornalista e mãe de quatro filhos, a sra. Richardson tem seu universo influenciado com a chegada da enigmática artista e solteira Mia Warren (Kerry Washington) e a filha adolescente Pearl (Lexi Underwood). Em tempos que estamos cada vez mais carentes de nos tornamos conscientes, o drama social Little Fires Everywhere (2020) faz um convite à reflexão ao compor sua narrativa com a leitura dos personagens que rodeiam realidades tão diferentes. Um incêndio pode começar de diversas formas, mas a faísca aqui, até tomar todas as partes, vem de Elena. No seu contexto de perfeição, ter uma carreira profissional, o filho Trip (Jordan Elsass) como atleta, o doce ...

A Vastidão da Noite - A narrativa como experiência

Imagem
Se o clichê sempre está presente, o que faz valer a pena? Volta e meia, seja com a animação, terror, suspense, ao chegarmos no final da obra, surge a sensação de estarmos vendo mais uma vez a premissa de outra, e se o espectador consome mais de um gênero, a percepção da mesmice é ainda mais fácil de ser notada: satura-se logo. Mas claro, apesar da reiteração, há uns que fazem melhor que o anterior. Tem mais carisma, mais núcleos interessantes. Aquele detalhe que salva, o fator diferencial. Talvez por esse último elemento, A Vastidão da Noite (The Vast of Night, 2019) tem gerado um efeito positivo: para onde ele vai e sobre o que é você já sabe, mas como foi conduzido, é a descoberta. É 1958, apenas uma noite comum em Cayuga, Novo México. Um jogo de basquete reúne os moradores na quadra da escola, casais apaixonados acolá, os fiéis ouvintes do radialista Everett (Jake Horowitz), e Fay (Sierra McCormick) em mais outro turno como operadora switchboard (central telefônica). Até que ambos ...