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Mostrando postagens de julho, 2020

Folklore - Uma acolhida em tempos difíceis

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Dia 23 de julho de 2020, as 9 da manhã (aqui no Brasil), Taylor Swift anuncia que vai lançar o seu oitavo álbum, intitulado folklore , à meia noite, em todas as plataformas digitais. E como a gente que é fã fica? Em choque né? Óbvio que sim. Antes de mais nada acho que preciso deixar claro que essa é a primeira vez que faço uma review de um álbum. E que vão me faltar terminologias mais técnicas e que eu talvez acabe me prendendo muito na coisa de falar sobre os sentimentos que vivi enquanto ouvia o folklore. E também que eu venho ouvindo Taylor Swift desde os meus 11 anos, e que, por incrível que pareça, eu não sou uma super fã, que  sabe todos os causos da vida dela e que sabe todas as teorias mirabolantes. Eu simplesmente amo a capacidade que ela tem de contar histórias em forma de música. Então, o meu lugar de fala aqui não vai ser nem de longe de uma análise super técnica. Eu sou só uma pessoa que vem desenvolvendo uma relação com as músicas da Taylor há pouco mais de dez anos, e ...

A Barraca do Beijo 2 - Estende a mesmice boba, porém sem o charme de antes

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Faz dois anos desde o primeiro beijo… quer dizer, que o pioneiro das comédias românticas teens da Netflix liderou a onda de lançamentos para o subgênero. Com um clichê assumido, A Barraca do Beijo (The Kissing Booth, 2018) surpreendeu ao divertir em meio a mesmice boba e manjada ao qual se lançou. Baseado no livro Amor à Distância (continuação da obra que inspirou o primeiro filme, A Barraca do Beijo ) , de Beth Reekles , a sequência chega ampliando a tal mesmice, contudo, faltou o efeito chave de conseguir envolver com a mesma pretensão. Se passando vinte e sete dias depois que seu mozão Noah (Jacob Elordi) foi cursar a faculdade, Elle (Joey King) se vê em um novo dilema no seu último ano do Ensino Médio: o relacionamento a distância. Além desse choque, e a problemática amizade que nutre com Lee (Joel Courtney) – que pesa nas decisões individuais de ambos -, um triângulo – ou quadrado – amoroso surge para chacoalhar ainda mais a trama. Parte da força do que Kissin...

7 Materiais nunca usados nos jogos de Super Nintendo

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No último dia 24 vazou no 4chan um pack com códigos fontes e materiais de vários clássicos do Super Nintendo , revelando diversas preciosidades nunca antes expostas ao público. Não se sabe como o material foi obtido. Várias pessoas estão garimpando esse material, descompilando e, aos poucos, estamos descobrindo os tesouros ocultos. Aqui vou listar alguns dos mais interessantes que temos até agora. 1 – Alguns sprites não utilizados, revelando alguns rascunhos do Yoshi. Logo logo veremos isso rodando na prática num emulador, pois antes precisa ser compilado numa ROM possível de jogar. 2 – Paisagens e artes encontradas no meio do material vazado 3 – Este jogo que está especificado como “The d’onkey” ( neste vídeo ignorem a música, não é original do material), provavelmente protótipo de algo relacionado ao universo de Mario. 4 – E este Mario sem boina? 5 – Esta música alternativa do Super Mario Kart, descartada pela desenvolvedora htt...

The Rental - A mistura de subgêneros e a frágil privacidade

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Este ano ainda não entregou tudo o que preparou para o terror, mas está começando. Ainda que não tenha sido exibido em algum festival, The Rental (2020) chamou a atenção como um dos títulos promissores que viria a dar as caras. O motivo, a estreia de Dave Franco por trás das câmeras. Agarrado às expectativas, o longa garante surpresas em vários estilos a quem pensava se surpreender com algo grandioso – ou que no mínimo fizesse valer as fichas -, através de uma direção contida, ciente do que contaria. Privacidade e segurança são dois termos que andam lado a lado quando se trata de internet. O que se torna irônico quando a mesma oferece ferramentas de praticidade e comodidade para os internautas. A confiança para fechar uma compra é ganha graças aos comentários positivos feitos ao produto pretendido. Uma rápida pesquisa de avaliação a lojas online, testifica a dúvida quanto a integridade da empresa. De forma parecida, o feedback acerca de um local, aponta a qualidade do serviço ...

Você Deveria Ter Partido - A fábula do conceito mal explorado

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Sem dúvidas, a capacidade de inovar e explorar na linguagem do cinema é um primor. Ou um desafio, quando se tem uma boa história pronta para ser degustada, mas é triste quando todo o esforço se resume a desígnios mal passados, moídos numa complexa mistura de ideias presumidas, jogadas, e que se resultam em um filme pretensioso. Essa é a sensação que dá ao assistir a nova aposta da Blumhouse , Você Deveria ter Partido ( You Should Have Left, 2020), estrelada por Kevin Bacon e Amanda Seyfried. A premissa cabulosa de envolver drama e terror psicológico é tentadora. Balancear conflitos internos, usando do artifício do horror permite um exercício sagaz e ambicioso para se contar uma história, e para alguém como David Koepp , depois de tempos intercalando comédia e terror no currículo, é um tiro erroneamente calculado apostar naquilo que poderia ser outra nova sacada do seu leque, e que caiu num enfadonho desenvolvimento, se perdendo no efeito esperado. Partindo em viagem a uma aconchegante...

Boca a Boca - Sobre traumas, anseios e relações

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Falar sobre juventude é sempre um desafio. Retratar essa vivência sem cair em velhos clichês parece inevitável, mas também, um atrativo que volta e meia agrada, apesar das repetições. Ambiciosamente, Boca a Boca (2020 -) não é o caso. A nova série brasileira da Netflix , tem muito a falar. Quer impactar e refletir sobre tempos embaraçosos sem rebuscar para fórmulas absurdas que rondam a realidade adolescente. Criada por Esmir Filho , o qual também dirigiu os seis episódios ao lado de Juliana Rojas , a atração de suspense é narrada na fictícia Progresso, cidade conservadora no interior do Brasil, a qual é centro de uma infecção transmitida através do beijo. Os afetados são os jovens de uma escola agrícola da comunidade, após participarem de uma grande festa. Parte da força de uma obra, com certeza, está em como ela se torna um objeto identificável para o público. Se o entretenimento sem compromisso é buscado para aliviar a tensão diária, a comédia futurista do Prime Video , Upload (20...

Sob o Sol do Oeste - A subversão do faroeste romântico

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Há spoiles do filme. Meses atrás assisti a um filme chamado Pistoleiro do Entardecer (Ride the High Country, 1962), dirigido por Sam Peckinpah , e estrelados pelos lendários Joel McCrea e Randolph Scott, ambos já no fim de suas longas carreiras como cowboys do faroeste americano. No filme os dois são encarregados de transportar uma carga de ouro de uma mina nas montanhas e partem em uma jornada com o jovem e inconsequente Heck (Ron Starr). No caminho eles recebem a missão de escoltar a bela Elsa (Mariette Hartley), filha de um fazendeiro que está prometida para um dos mineiros na montanha para onde estão indo. Fora a violência exacerbada típica do diretor o filme não tem nada de muito novo a meu ver, e a moça acaba servindo quase como um objeto a ser protegido, causando mais problemas aos “heróis” do que qualquer outra coisa. Esse foi só um filme que me lembrei de imediato ao pensar no papel das mulheres no gênero western, mas podemos destacar inúmeros onde elas não passam ...

Homem-Aranha - O poder da responsabilidade

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Sam Raimi . Falar no seu nome causa um efeito nostálgico e que rapidamente remete a dois de seus trabalhos mais memoráveis como diretor: primeiro Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (Evil Dead, 1981), e a segunda, é seu amigo da vizinhança, o Homem-Aranha (Spider-Man, 2002). Esta não foi a primeira adaptação em live-action, mas foi a responsável por marcar na história uma grande estreia do aracnídeo nas telonas. Quem é o melhor Peter Parker vivido nos cinemas é uma discussão que sempre estará no papo, mas é inegável o reconhecimento clássico que a obra carrega, tendo indicações para Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais no Oscar de 2003, e sendo vencedor de Melhor Trilha no Prêmio Saturno no mesmo ano. O longa é a prova de que com carisma podemos ir longe. Ele é Peter Parker (Tobey Maguire), o que tinha a apresentar era sua paixão por Mary Jane Watson (Kirsten Dunst), garota mais linda aos seus olhos, e o carinho harmonioso que nutria pelos seus tios Ben (Cliff Robertson) e Ma...

Relic - O retrato apavorante sobre o desfalecer

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O ciclo da vida é um processo interessante. Embora compartilhamos de experiências tão distintas, de alguma forma, há um meio que nos conecta em conflitos semelhantes na existência. Tal como ser inevitável, a perda se mostra uma fase muitas vezes arrasadora, ou até simplória, em nossa vivência. Seja como for, lidar com este fato carrega um elemento decisivo de despedida daquilo que nos afeiçoamos. Com produção iniciada pelos Irmãos Russos em 2018, o terror australiano Relic (2020) fez sua estreia calorosa no Sundance Film Festival em janeiro deste ano, se destacando pela famigerada trama sobre o desfalecimento. Se juntando às grandes mulheres que ascendem no terror psicológico, a cineasta Natalie Erika James com certeza conquistou um lugar promissor neste seu debute em longa-metragem, após quatro curtas pontuados no currículo. Trazendo um leque feminino, adentramos a película quando Kay (Emily Mortimer) e sua filha Sam (Bella Heathcote) precisam retornar à antiga casa da matriarca Ed...