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Mostrando postagens de outubro, 2020

On the Rocks - Pai e filha em um roteiro que poderia ir além

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Filmes sobre cotidianos são interessantes de assistir. É onde o cineasta consegue tirar de histórias aparentemente comuns, uma complexidade cheia de nuances que acabam por tornar os personagens mais ricos e memoráveis. Dramas neste estilo me agradam exatamente por exigir meticulosidade do diretor e do roteirista, além dos atores, para que o filme tenha uma pegada que fique bem próximo da realidade. Sofia Coppola tenta, em sua nova obra, On The Rocks (2020), trazer esta humanidade para seus personagens, e ela é quase bem sucedida na empreitada. Para início de conversa, posso dizer que este longa estrelado por Rashida Jones e Bill Murray é um drama bastante “ok”, não chega a ser inteiramente bom, mas é bem desenvolvido o bastante para prender a atenção de quem assiste. On The Rocks conta a história de Laura (Jones), esposa e mãe, que vive uma aparente crise no casamento. Em meio as suas desconfianças, ela tenta se reconectar com seu pai que não vê há anos. A personagem de La...

Life is Strange - Nossas escolhas, nossas histórias

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Nostalgia : substantivo feminino; 1. melancolia profunda causada pelo afastamento da terra natal; 2. saudades de algo, de um estado, de uma forma de existência que se deixou de ter; desejo de voltar ao passado; “n. da vida adolescente”; 3. estado melancólico devido a aspirações, desejos nunca realizados; 4. estado de tristeza sem causa aparente. Em 2015, o old school estava na moda. Com o lançamento de um novo filme de Star Wars – depois de 10 anos -, um novo filme de Jurassic Park – depois de 14 anos -, e um novo filme de Mad Max – depois de 30 anos -, a cultura geek, que já vinha passando por uma fase meio vintage desde 2013, entrou num momento de nostalgia absoluta. Dentro do universo gamer, essa onda retrô assumiu a forma de um festival de jogos indie em estilo arcade e metroidvania, uma série de remasterizações, remakes, reboots e ports de jogos mais antigos, continuações de séries supostamente finalizadas e o repentino apego ao bom e velho visual 8-bi...

RESENHA | Scythe Vol. 1: O Ceifador, de Neal Shusterman - “Primeiro mandamento: Matarás.”

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Em um futuro utópico, a humanidade consegue atingir o equilíbrio. A nuvem de informações adquiriu consciência anos atrás e, ao contrário do temor geral de que os computadores iam acabar com a humanidade, essa consciência salvou o meio-ambiente e agora comanda, com imparcialidade e perfeição, o mundo todo. As fronteiras foram transformadas, as prisões desativadas. Não existe fome, não existe pobreza, não existe doença… E também não existe morte. Por meio das inovações tecnológicas, os humanos não morrem de velhice; as pessoas passam por restauração e voltam a ter a aparência de um jovem adulto. Acidentes de trânsito, desastres naturais, quedas de aviões, nada disso existe mais. E, se acontecer qualquer uma dessas coisas, as pessoas são revividas. Mas deve existir algum tipo de controle populacional, o planeta não aguentaria o crescimento desenfreado, e a consciência artificial também não deixaria que isso acontecesse. Sendo a única instituição independente de governo nesse mundo, a...

#02 - Falando Série, veja The Umbrella Academy

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Um velho rico sequestra sete recém-nascidos e os cria para serem super-heróis. Neste segundo episódio do Falando Série Louise Alves tenta convencer Elvio Franklin   a assistir   The Umbrella Academy (2019 -), série da Netflix , criada por Steve Blackman e  Jeremy Slater . Leia os textos da Louise sobre a primeira e sobre a segunda temporada de The Umbrella Academy. || ASSINE O FALANDO SÉRIE Spotify:  Siga o Falando Série Google Podcasts:  Inscreva-se para receber o feed!  iTunes :  Usa os produtos da Apple? Ouça por aqui Pocket Casts :  ouça no melhor agregador de podcasts! Problemas em encontrar o podcast?  Copie o FEED e cole no seu agregador preferido

I-Juca Pirama - A quadrinização de uma obra essencial da literatura brasileira

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Minhas experiências com adaptações de clássicos da literatura brasileira para quadrinhos não são das melhores. Há um certo costume da transcrição do texto literário ipsis litteris para os roteiros que comprometem a qualidade delas em muitos aspectos: o desenho é condicionado a somente repetir a mensagem escrita, o que prejudica a função da arte sequencial: cumprir a serialização das imagens e demais elementos numa harmonia que conceda à leitura da obra certa fluidez. Foi o que aconteceu em Macunaíma em HQ , por Ângelo Abu e Dan X. O elemento textual citado acima está presente em I-Juca Pirama que o pernambucano Silvino adapta da obra de Gonçalves Dias . Mas incrivelmente (e felizmente) não acontece o mesmo. Silvino consegue um feito digno de aplauso em ressignificar essa escolha. Como Silvino conseguiu não cair nesse erro onde tantos não se esquivam? Analisando com mais calma as quase cinquenta páginas da obra, é imprescritível a qualidade literária de Gonçalves Dias dentro do romant...

Tenet - Embaralhando as regras do jogo do tempo

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Na década de 80 o cineasta russo Andrei Tarkovski reunia várias anotações sobre sua arte para publicar um dos livros mais importantes da teoria do cinema das últimas décadas. Em Esculpir o Tempo , Tarkovski se propõe, entre vários assuntos, a pensar o cinema como uma arte que tem na dimensão do tempo uma de suas principais fontes. E isto está não apenas nos aspectos técnicos da arte – perceptível de forma mais objetiva na perspectiva da montagem -, mas também em sua abordagem narrativa, na forma como se pretende contar uma história. Quando um cineasta cria sua arte, o filme, ele se propõe a jogar um jogo, e este jogo não pode ser jogado sozinho. O artista necessita do público para o acompanhar neste jogo que é sua obra. Existe uma relação de reciprocidade entre público e cineasta que deve ser respeitada por ambas as partes, colocando cada uma delas como partícipe desse processo infinito que é o filme. Esta relação também é mencionada na obra de Tarkovski, que percebe na dimensão d...

Borat: Fita de Cinema Seguinte - Só Mais Um Plano Sequência #take53

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Wawaweewa! No Só Mais Um Plano Sequência dessa semana Elvio Franklin  conversa com Luan Alencar , do Budejo podcast , e Kristal Moreira  sobre Borat: Fita de Cinema Seguinte (Borat Subsequent Moviefilm, 2020), a volta do famoso repórter do glorioso país Cazaquistão aos EUA após 14 anos desde sua primeira empreitada. A grande pergunta é: é um filme de comédia ou de terror? Adquira já sua jaula, vista sua máscara de McDonald Trump e vem ridicularizar pessoas arrombadas com a gente. Leia também nossa resenha sobre o filme aqui. Músicas tocadas neste episódio: Moliendo Café – Borat 2 OST Wuhan Flu Song – Sacha Baron Cohen || ASSINE O SÓ MAIS UM PLANO SEQUÊNCIA Spotify:  Siga o Só Mais Um Plano Sequência Google Podcasts:  Inscreva-se para receber o feed!  iTunes :  Usa os produtos da Apple? Ouça por aqui Pocket Casts :  ouça no melhor agregador de podcasts! Problemas em encontrar o podcast?  Copie o FEED e cole no seu agregador preferido

8 Falsos-documentários literalmente inacreditáveis

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O gênero Falso-Documentário , também conhecido como mokcumentary ou docuficção, consiste em simular um documentário sobre algum tema, se utilizando de todas suas características para brincar com a realidade de várias maneiras. Muitas vezes confundido com os found footage , que simulam vídeos amadores encontrados e geralmente são filme de terror, como A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999) ou Cloverfield: Monstro (Cloverfield, 2008), os falsos-documentários precisam parecer algo feito com o intuito de informar ou acompanhar e registrar certa ação, podendo muitas vezes ser em formato jornalístico ou mais experimental. Com o retorno do famoso repórter do Cazaquistão aos Estado Unidos em Borat: Fita de Cinema Seguinte (Borat Subsequent Moviefilm, 2020), resolvi relembrar alguns filmes para quem quer conhecer mais produções do gênero. Distrito 9 (District 9, 2009) Dir: Neill Blomkamp Há 20 anos uma gigantesca nave espacial pairou sobre Joanesburgo, capital da África do Sul. Co...

Borat: Fita de Cinema Seguinte - Tá difícil competir com a realidade

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  Em 2006 o mundo conheceu Sacha Baron Cohen. Aliás, o mundo conheceu Borat, o segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão, personagem criado por Sacha Baron Cohen para um dos filmes mais sacanas e irônicos que eu já assisti na vida. O filme é um falso-documentário (mocumentary) onde Borat (interpretado pelo próprio Sacha), um repórter extremamente incomum de um país com costumes, digamos, bem diferentes da maior parte do Ocidente, vai aos Estados Unidos para registrar a vida no – segundo ele – maior país do mundo. O filme é um festival de exageros engraçadíssimos e, muitas vezes, desconfortáveis, que ironiza de forma bastante inteligente a conservadora sociedade daquele país, alfinetando pontos sensíveis que vão desde hábitos culturais à política. Nada menos que 14 anos depois, Sacha decide retornar ao papel de Borat em uma nova empreitada pela “America”, descobrindo um país completamente diferente do que havia encontrado antes, com tiradas tão es...

Memory 1 (S02E02) - Ghost of Tsushima

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“Honor Died On The Beach!” Olá ouvintes. Tudo bem? Esperamos que sim! A segunda temporada do podcast de jogos do Só Mais Uma Coisa está com tudo. Sangue, suor e espadas. O episódio dessa semana é sobre o último grande exclusivo do PS4 – Ghost of Tsushima (2020). Thiago Henrique Sena e Lena Rodrigues falam sobre a jornada de Jin Sakai e desse jogo que é uma bela homenagem ao povo japonês. Além das belíssimas paisagens, o jogo traz uma reflexão sobre a vida, honra e morte. Seja por uma composição de haiku ou um golpe de espada. A conversa está cheia de spoilers, então venha por sua conta em risco. haha Aperte esse fone, aumente o volume e vem curtir com a gente.